sábado, 16 de fevereiro de 2013

# Experiência VERSUS Palavra de Deus



por Alessandro Flugel

Infelizmente no cenário Pentecostal valoriza-se mais a experiência em detrimento da Palavra de Deus. Qualquer espécie de experiência seja ela pessoal e/ou coletiva não serve como elemento fundante de dogma, costume, ou prática religiosa. Lógico, não estou desvalorizando as “experiências”, mesmo por que a nossa fé é mística, porém, não pode se tornar misticista. Neste sentido, qualquer experiência sobrenatural que se tenha ou que se presencie, deve sempre ser atestada pelos parâmetros bíblico-teológicos.
Assim, preocupa-me a exacerbada busca por fenômenos sobrenaturais/dons espirituais na prerrogativa que isso motiva, impulsiona, dá unção, etc. O que de fato precisamos é nos pautar na Palavra de Deus, pois dela vem poder de Deus, entendimento, compreensão, capacitação. Qualquer experiência sobrenatural e/ou dom espiritual desprovido de fruto do Espírito se torna vão. Torna-se apenas uma prática ativista.
Em suma, a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. Por isso, devemos ter cuidado para não fazermos leituras celetistas na Bíblia, buscando textos que embasem nossas experiências, pois se assim procedermos, certamente encontraremos.
Fica a dica, leiamos a Bíblia no todo, não escolhendo textos isolados para justificar nossas práticas.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Faces da modernidade religiosa: cenários e dinâmicas do campo religioso contemporâneo [PARTE 1]



por Victor Breno


A seguir, uma série de fragmentos textuais articulados em torno da problemática da modernidade religiosa. O produto, de caráter provisório, é resultado da socialização de algumas reflexões realizadas em um curso de curta duração sobre o tema. A proposta da pesquisa é compreender – dentro das possibilidades teóricas disponíveis em referencias especializadas - o movimento do religioso nas tramas da condição histórico-cultural contemporânea. O que se apresentará é uma síntese, devendo-se levar em consideração este aspecto durante a apreciação do conteúdo.
Como vêm a ser um estudo de orientação sociológica, voltado a um público de interesse particular, o teológico, é preciso delinear e demarcar as trilhas metodológicas que compõe o quadro de análise. Em correspondência com a opção já acima assinalada, o primeiro destaque diz respeito à observação do fenômeno desde a sociologia, em especial, à contribuição de pesquisadores alocados dentro das pesquisas atuais no tema. O segundo, também dito a pouco, direciona o discurso desde a pertinência aos estudos teológicos, ou seja, seleciona dentro do amplo campo posto os tópicos que contribuíram diretamente para o enriquecimento da reflexão na área.
Terceiro, dizemos “modernidade religiosa” em referência ao religioso em sua situação experimentada nos diversos contextos culturais na atualidade. Significa não falar de uma tradição religiosa em particular ou suas expressões em determinado contexto geográfico, mas sim, do fenômeno religioso nas várias formas em que se apresenta hoje pelo mundo, levando em considerando certamente as diferença existentes dos processos históricos de cada contexto. Por último, afirmar os alcances e limitações de um esforço como este. Devido o caráter extremamente complexo do assunto e ao tempo reduzido para sua exposição, seu tratamento é introdutório, vislumbrando um passeio panorâmico para novos e antigos interessados.
Um empreendimento nestes termos só se torna sensato desde quando persegue determinadas perguntas, questões norteadoras para as quais quer dar respostas. As inquietações aqui tomam quatro fórmulas que correspondem respectivamente com a sequência em que serão trabalhadas:

 
Problemática central
Temática discutida
Quais as transformações ocasionadas pela modernidade secular no campo religioso?
 
Os impactos da modernidade secularizada sobre a religião
Como se compõe a paisagem religiosa nestes tempos de mudança?
 
A paisagem religiosa fragmentada: o triplo movimento do religioso na contemporaneidade
Quais novos tendências religiosas se apresentam atualmente?
 
Mudanças e tendências no campo religioso atual
Como se configura a experiência religiosa nesta condição moderna?
 
Características e lógicas da religiosidade pós-moderna: os novos
 
Vale oferecer também uma pequena, mas rica, lista de refências bibliográficas selecionadas entre tantas outras fontes, dando prioridade a obras do gênero de "livros" de língua portuguesa e espanhola.
*Os outros textos serão liberados aos poucos, para "facilitar" a leitura.
 
Referências
BOBINEAU, Olivier; TANK-STORPER, Sébastien. Sociologia das religiões. Loyola: São Paulo, 2011.
GUERRIERO, Silas. Novos movimentos religiosos: o quadro brasileiro. São Paulo: Paulinas, 2006.
HERVIEU-LÉGER, Danièle. O peregrino e o convertido: a religião em movimento. Petrópolis: Vozes, 2008.
LIBÂNIO, João Batista. A religião no início do milênio. Loyola: São Paulo, 2002.
MARDONES, José María. Para compreender las nuevas formas de la religion. Spain: Editorial Verbo Divino, 1994.
MARTELLI, Stefano. A religião na sociedade pós-moderna. São Paulo: Paulinas, 1995.
MOREIRA, Alberto da Silva; OLIVEIRA, Irene Dias. O futuro da religião na sociedade global: uma perspectiva multicultural. São Paulo: Paulinas, 2008.
SANCHES, Wagner Lopes. Pluralismo religioso: as religiões no mundo atual. São Paulo: Paulinas, 2005.
VELASCO, Martín Juan. El malestar religioso de nuestra cultura. Madrid: Ediciones Paulinas, 1993.
WILLAIME, Jean-Paul. Sociologia das religiões. São Paulo: Editora Unesp, 2012.