terça-feira, 27 de dezembro de 2011

# Série: Teologia da Missão Integral - O por que deste tema?


por Victor Breno
Qual o motivo de se falar sobre missão em nossos dias? Por que ainda pensar sobre o tema já que minha igreja local possui uma “consciência missionária”? É importante mesmo refletir sobre o assunto? Como essa visão afeta o modo como entendemos e fazemos missão? Inúmeras são as perguntas que surgem quando nos propomos a uma reflexão acerca daquilo que é para nós aparentemente óbvio e um tanto quanto conhecido. O tema da missão é um destes casos.
Acreditamos por vezes que o conteúdo da fé que recebemos de nossas tradições religiosas e lideranças eclesiásticas já comporta em si um tipo de validade intrínseca que não precisam ser pensadas. Deste raciocínio é que recorrentemente surgem equívocos quanto a nossas crenças e práticas tanto a nível individual, quanto comunitário. Por isso, torna-se fundamental, para que a igreja seja constantemente uma realidade significativa dentro do contexto na qual está inserida, ponderar criticamente a respeito de si mesma.
Atualmente, um grupo cada vez maior de pastores, missiólogos e teólogos têm evidenciado a importância missiológica de um novo paradigma para a vida e missão da igreja. Estes têm exigido uma redefinição da natureza da Igreja, de sua missão, sua razão de ser, sua relação com o reino de Deus e seu chamado no mundo.
O que torna nova a discussão e revisitação do termo ‘’missão’’ nos nossos dias, é que ela está sendo atacada não só a partir de fora, mas também a partir de dentro de suas próprias fileiras. A crítica do tema nos dias atuais se dá pelo fato de que se quer, a partir da revelação total bíblica e do contexto no qual se quer anunciar o evangelho, desde a congregação local, teologizar uma compreensão e ação de missão que possa abarcar todo o conselho de Deus e alcançar todas as dimensões da existência humana com a mensagem da cruz.
A compreensão tradicional da missão, da qual a maioria de nossas igrejas locais recebeu por herança protestante, tomou forma no movimento missionário moderno especialmente a partir do final do século XVIII. Essa compreensão concebia a missão essencialmente em termos de transposição geográfica, ou seja, entendia a missão como propagação da fé, expansão do reinado de Deus, conversão dos pagãos e fundação de novas igrejas.
Percebe-se, porém, que o paradigma missiológico que reivindicou as empreitadas missionárias das igrejas locais nestes últimos tempos, tem apresentado uma compreensão parcial do ensinamento bíblico a respeito da missão, também criado dicotomias prejudiciais as congregações e, conseqüentemente, impedido uma protagonização da igreja local de forma mais efetiva e integral na sociedade.
Em virtude desses problemas, propomos a Teologia da Missão Integral como uma nova compreensão para os moldes missiológicos objetivando um entendimento e ação integral para a Igreja Local. Quer-se, desse modo, romper com as inquietações do paradigma tradicional e tomar por bandeira o lema de levar o evangelho todo, para todo o homem, em todo o mundo a partir da congregação local.

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