segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Nietzsche - intrigante, demasiado intrigante (parte 1)


por Victor Breno

1) Dados biográficos 

Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu no dia 15 de outubro de 1884 em Röcken, na Saxônia, província do poderoso império da Prússia. Sua família descendia de uma longa linhagem de comerciantes, todavia, seu avô e seu pai dedicaram-se ao ofício religioso como pastores luteranos. Assim, como filho de família protestante, desde pequeno estava envolvo num ambiente religioso.
Com apenas cinco anos de idade, Nietzsche perde o pai, morto por um derrame cerebral, fato que recorrentemente mencionará em suas notas autobiográficas. Isso faz com que sua mãe se mude para Naumburg, pequena cidade às margens do Saale, onde Nietzsche cresceu, em companhia da mãe, duas tias e da avó.
Com catorze anos, ganha uma bolsa de estudos e é admitido na famosa escola interna de Pforta, considerada a melhor escola pública inglesa da época, passando lá cerca de seis anos. Nesta época, por influencia de algumas leituras e professores, começa a afastar-se do Cristianismo. Em 1864, aos dezenove anos foi estudar teologia e filosofia na Universidade de Bonn, todavia, um pouco mais a frente, deu continuidade apenas aos estudos em filosofia clássica. Tornou-se admirador da música de Richard Wagner e da literatura de Arthur Schopenhauer.
Ritschl, importante professor, recomenda Nietzsche como professor de Filofogia clássica na Universidade de Basiléia em 1869. Seu primeiro livro a ser escrito foi O nascimento da tragédia, publicado em 1872. Assim deu início a uma vasta obra literária que dentre outras podem ser citadas: Humano, demasiadamente humano (1878), Aurora: pensamentos morais (1881), A gaia ciência (1882), Assim falava Zaratustra (1883), Além do bem e do mal (1885), Genealogia da moral (1888) e O Anticristo (1888).
Segundo Zilles, a evolução do pensamento de Nietzsche pode ser distinguida em três etapas. A primeira, com as obras Origem da tragédia (1871) e Considerações extemporâneas (1873-76), seus trabalhos estético-filosóficos. Segunda etapa marcada por sua expressão pessoal e vai se aproximando do positivismo e dos iluministas franceses, com os livros: Humano demasiadamente humano (1878) e Gaia ciência (1882). E terceiro, com ênfase no tema da morte de Deus, além-do-homem, vontade do poder e eterno retorno, nas obras: Genealogia da moral (1887) Assim falava Zaratustra (1883-85), entre outras[1].
Devido a sua antiga e contínua debilidade na área da saúde, Nietzsche é forçado a deixar seu posto de professor em 1876 e partir daí viver continuamente viajando na Europa em busca de cura. Em 1889 Nietzsche é internado até a sua morte por estado de loucura. Morre em 25 de agosto de 1900.
Teve impacto com seus escritos não somente em vida, mais principalmente depois de sua morte. Atingiu e influenciou um grande número de pessoas, gerações e movimentos com suas idéias. Por outro lado, pesaram sobre ele duras críticas, tão ferrenhas quando aquelas proferidas por ele pela religião.

Pequena Bibliografia:

BEARDSWORTH, Richard. Nietzsche. São Paulo: Estação Liberdade, 2003.
NIETZSCHE, Friedrich W.  Assim Falava Zaratustra. São Paulo: Hemus, 1977.
__________A Gaia Ciência. São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores,  Vol. XXXII), 1974.
__________Humano demasiado humano.  São Paulo: Brasiliense, 2ª ed., 1988.
__________O Anticristo.  Rio de Janeiro: Ediouro, 4ª ed. [s.d.]
__________O Anticristo: Ensaio de uma Crítica do Cristianismo. São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores, Vol. XXXII), 1974.
__________Ecco Homo: Como Se Chega a Ser o que Se é. Rio de Janeiro: Organizações Simões, 1957.
PENZO, Giorgio, GIBELLINI, Rosino. Deus na filosofia do século XX.  São Paulo: Edições Loyola, 2a Ed, 2000.
ZILLES, Urbano. Filosofia da religião. São Paulo: Paulus, 1991.



[1] ZILLES, Urbano. Filosofia da religião, p.165.

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