Por Alessandro Arlan Flugel
Em um relacionamento entre namorados é natural um olhar para o outro e dizer: “eu te amo”. Em contra partida, o outro também diz: “eu também te amo”. Que lindo isso. É a expressão dos sentimentos humanos, no caso deste exemplo, sentimentos recíprocos.
É
gratificante poder ajudar um amigo que sempre nos ajuda. Pense comigo, aquele
amigo a quem você sempre recorreu quando necessitou agora está precisando de
ajuda e você pode ajudá-lo. Neste momento, a oportunidade que surge de poder
retribuir-lhe os favores, certamente será gratificante. O sentimento não será de
dívida paga, mas sim, reciprocidade.
Havendo
condições, qual dentre nós não gostaria de emprestar algo a alguém sabendo que
assim que ele puder irá nos pagar? Sem dúvida, todos nós gostaríamos desta oportunidade.
Entretanto, a Bíblia Sagrada nos ensina algo muito mais nobre que isso.
No
Evangelho de Jesus, escrito por Lucas, vemos no capítulo seis e versículos trinta
e dois até o trinta e seis, algo realmente difícil de ser feito, porém necessário.
As palavras de Jesus neste texto, parte integrante do sermão do monte, nos
desafiam a rever nossos conceitos em relação ao que realmente significa ser
misericordioso. Normalmente, tocamos trombetas ao ajudar alguém. Pior que isso
é que essa pessoa quase sempre é alguém que amamos e que também nos ama; alguém
que em algum dia, de uma forma ou de outra, poderá nos retribuir por aquilo que
fizemos a ela.
Jesus
nos diz que é fácil amar quem nos ama, difícil é amar nossos inimigos. É fácil
fazer o bem a quem sempre faz o bem para conosco, do mesmo modo que é fácil emprestar
algo a quem pode pagar. Entretanto, laborioso é emprestar sem esperar
pagamento. Neste sentido, os ensinamentos morais apreendidos nos versículos citados
acima vão muito além.
Aprendo
que segurar uma criança bem vestida, cheirosa e sorridente é muito fácil para
nós, mas a real prova de nossa espiritualidade se dá quando seguramos em nossos
braços os pequeninos mal trapilhos e mal cheirosos, resultantes das péssimas
condições de vida que estão sujeitos. Crianças sem o sorriso no rosto, pelo
contrário, desde muito cedo trazem as expressões de uma vida sofrida.
Provamos
nossa espiritualidade, não quando socorremos financeiramente um amigo, na
certeza que ele vai nos pagar, mas sim quando damos a alguém água, comida,
roupas, remédios, sabendo da possibilidade que esta pessoa nunca possa nos
retribuir. Amar nossa família e nossos amigos é muito fácil, difícil é amar os
assassinos, ladrões, estupradores, prostituas, alcoólatras, drogados.
Que
possamos amar quem não nos ama, fazer o bem a quem já nos fez o mal. Ajudar aqueles
a quem nunca mais veremos.
Tem
muitas pessoas fazendo facilmente o fácil. Obedeçamos as Escrituras e sejamos diferentes.
Vamos fazer facilmente o difícil.
LUCAS 6
32 Se amais os que vos amam, que recompensa mereceis? Também os
pecadores amam aqueles que os amam.
33 E se fazeis bem aos que vos fazem bem, que recompensa mereceis?
Pois o mesmo fazem também os pecadores.
34 Se emprestais àqueles de quem esperais receber, que recompensa
mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para
receberem outro tanto.
35 Pelo contrário, amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai, sem
daí esperar nada. E grande será a vossa recompensa e sereis filhos do
Altíssimo, porque ele é bom para com os ingratos e maus.
36 Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
Muito bom. O nível moral do evangelho é elevadíssimo e nós somos pecadores. Não podemos rebaixá-lo para se adequar à nossa mediocridade.
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