domingo, 22 de abril de 2012

# Sublime


por Gideane Moraes (Formada em Teologia e Pós-Graduanda em Filosofia)

Olha-se ao redor e vê-se partes minúsculas formando um quadro de cena. Vê-se pessoas. Vê-se comércios. Vê-se transportes. Vê-se capitalismo. Pessoas correndo e correndo em busca de instantâneas satisfações e minúsculas sensações de prazer. De ímpeto olho para mim. Não vejo o que eles vêem, não busco onde eles buscam.  

No mesmo cenário, olho ao redor e contemplo aquilo pelo qual se faz o cenário girar. Mas não falo de comércios, transportes e seus adjacentes. Falo do céu que está acima de todas essas coisas, inclusive das pessoas. Ele é bem mais atraente do que muitas vitrines e placas. Ele é auto- possuidor de vida. Ele se movimenta sem precisar ser ligado a uma tomada. Ele tem cores próprias sem que nenhum ser humano o tenha pintado. É maior! É sublime.

Continuo olhando e vejo além dessas ruas. Ruas que deságuam no rio, olho para o rio e, como todos os dias, me surpreendo outra vez. Rio lindo. Rio vida. Rio de vida. A vida do lindo. Esse rio não precisa de moedas para fazer acontecer, não negocia nem deixa-se negociar. Ele é que realmente me remete ao maior prazer : Seu criador. Sua dança silenciosa é mágica e tão nostálgica que chego a me perder com ele em sua ida. É maior! É sublime.

Olho novamente e agora vejo pessoas, mas não como eles. Vejo PESSOAS e não suas possibilidades de ações e o que podem oferecer para seu funcionamento como máquinas e mediadores das potencialidades entre “senhor” e consumidor. Imagino sua insignificância em sua árdua tentativa de ser feliz, preso por uma rotina e hábitos que cada dia o levam para o mesmo lugar. Onde está. Parece que não percebe que tudo é muito rápido e “loguinho” acabará. Alguns só pensam no lá, no que poderá esperá-los para além daqui. Como assim? Esquecem que a vida é uma preciosa oportunidade de viver... V I V E R !

Sabe que parece ser dois lugares diferentes. Mas não é. O segredo está na cosmovisão de quem a carrega. Como se vê. A banalidade da vida anda lado a lado com sua preciosidade. Pena ser o ser humano pequeno demais. Somos medíocres em alta dimensão. Porque simplesmente é tão mais fácil se prender a um mesquinho sistema do que procurar em si, a fim de encontrar a essência da vida?

As pessoas vão tão longe buscar essa instantânea sensação de prazer, quando o supra sumo de todas as coisas está logo aqui. Em cada um. Fomos feitos para isso. Somos isso. E preferimos ser a negação, e acabando se findar buscando o que morava dentro desde o princípio. O SUBLIME é simples. Simples de ostentação. Vazio de ostentação. Aqui não. Quando estivermos nus, seremos SUBLIMES ! Quando existirem somente minha essência e minha consciência. Seremos o melhor que pudermos ser para nosso Criador! Assim... a tentativa continua.
 

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